Pôr do Sol no horizonte

Aos primeiros raios de sol do dia ouvem-se chilrear como se desejassem um bom dia umas às outras. É um chilrear fininho meio dobrado mas que nos faz sorrir pela manhã.
Quando saio de casa olho para o céu e eis que já as vejo, livres e serenas como só elas sabem ser.
Começaram por ser duas que timidamente fizeram um ninho na varanda ao lado da minha. No ano seguinte passaram a ser mais e outro ninho aparecia numa outra esquina, mais tarde um dos ninhos foi destruído mas elas não desistiram e encontraram outro cantinho sossegado e aconchegante. Não sei se alguém como eu as observa da janela. Eu gosto de olhar para elas, de pensar como são pequeninas e ao mesmo tempo tão grandes. Por vezes pousadas num fio que atravessa de um prédio ao outro, parece que sorriem, olhando para os filhotes que vão crescendo e sendo cada vez mais. Não as conheço uma a uma, não sei quantas voltam ano após ano. Sei que assim que começa o frio elas desaparecem para voltarem no ano seguinte.
Sei que no primeiro dia deste ano em que percebi que elas tinham voltado, sorri e a primeira coisa que disse assim que entrei em casa, foi: "Mãe, as andorinhas já voltaram".